No depoimento de Alzira Peres (Alzirinha), duas breves lembranças se destacam, conforme resumos a seguir:
Morte de Frei Cosme
Recorda o profundo impacto da notícia na comunidade, bem como da multidão dos morros próximos que veio para acompanhar o velório e o enterro do frei. Cita o caso de sua mãe, Dona Helena Peres, que passou toda a noite no velório realizado na capela da Ordem Terceira do Valongo, rezando pelo venerado amigo de muitas décadas.
Frei Cosme: Anjo da Guarda dos Coroinhas
Rememora, ressaltando entre as virtudes de Frei Cosme, a postura paternal e o modo especial como tratava seus diletos coroinhas, entre eles o irmão Antônio Peres.
Era a época dos bondes abertos (posteriormente foi introduzido o fechado, apelidado de “camarão”) que permitiam aos pirralhos, entre outras exibições, demonstrarem destreza corajosa, subindo e descendo dos veículos em movimento. Às vezes, também para não pagar a passagem, ao cobrador que deles se aproximava. Naturalmente que isso era perigoso, deixando muitos pais apreensivos. Estes, nos conselhos dados aos filhos, dramatizavam as possíveis consequências da situação de risco. A molecada, no entanto, não desistia com facilidade.
Na frente da igreja do Valongo e da vizinha Estação Ferroviária, ficava o movimentado ponto final da linha do Bonde 19. No local, habitualmente, havia inúmeros bondes parados ou em manobras.
Sempre preocupado, Frei Cosme vigiava desde a porta da igreja, testemunhando de vez em quando as arriscadas estripulias da meninada. Numa das vezes flagrou o Antônio Peres, ao lado de outros garotos, realizando as perigosas brincadeiras.
O grave assunto foi levado aos pais, ocorreram momentos de tensão, mas o final foi feliz e harmonioso.
Alzirinha conclui, revelando emocionada que a indescritível lembrança que lhe permanece, foi sentir, de forma palpável, o amor paternal demonstrado por Frei Cosme, para o seu muito querido irmão, durante todo o episódio.
![]() |
Alzira Peres (Alzirinha) |